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10.1.10

A Vida passa...


A vida é o trem que passa


Os sonhos são vagões

O amor é o maquinista

Somos nós, a estação!

Adquira seu bilhete, faça sua escolha

O trem vai seguindo continuadamente

Em cada vagão, o desejo de sua mente

...há também tristezas, desilusões

Com a passagem na mão, escolha!

A viagem, se longa não sabemos

A bagagem é cada dia vivenciada

Mudar o rumo, podemos

Sem mesmo saber da parada

A estação nunca pode estar vazia

Será sempre um passeio viver

Se sentar na janela, aprecie

Tudo é passagem, algo pode reter

Cada dia que passa é contagem regressiva

Viaje como se cada instante fosse único

Cada olhar como se fosse o último

Respire fundo, o caminho é longo

Encontrará adversidades

...tristezas

...saudades

...abismos

...retas

.curvas

inúmeras serão as vezes

que não veremos o que há além da curva

Mas o percurso seguirá sonhando

A vida é uma viagem

Somos mutantes

Somos passageiros

Somos nuvens

Somos fumaça

Por não saber decifrar o mapa da vida

Algumas vezes nos perderemos no trajeto

Mas, para quem sonha, nada é impossível

nunca se perde, sempre se encontra

Escute, ouça, é o apito de mais uma partida

Poderá estar partindo para novos lugares

sem roteiros

sem destino

sem poente ou nascente

A direção é para a felicidade

Conduzirá e será conduzido

O maquinista sempre atento

na história, na vida

De tudo que viver, uma coisa é certa:

Não se canse da viagem, prossiga

Lute, grite, implore

Mas não desista

...se cansar, acene, sorria

O maquinista não te deixará

Não hesite, não tema

Onde parar, um coração

certamente o acalentará

A viagem prossegue

...e sabendo onde quer ir

Vá seguro, você consegue

Sabendo sempre que vai valente...

sua viagem será eternamente...

no vagão de primeira classe.
 
Christiano Luiz Miranda

Sentimentos



Bom, eu estava procurando textos interessantes para colocar aqui, eis que encontrei esse e achei muiiito bacana.
Quero dizer que como a loucura vive ao lado do amor, eu acabei descobrindo que amo loucamente você.


Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra.

Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:

- Vamos brincar de esconde-esconde?

A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: Esconde-esconde? Como é isso?

- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.

A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.

Mas nem todos quiseram participar.

A VERDADE preferiu não esconder-se, para quê? Se no final todos a encontravam?

A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.

- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.

A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.

A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.

A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.

O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.

A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.

O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante.

Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.

- Um milhão - contou a LOUCURA, e começou a busca.

A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia.

Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.

Em um descuido encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.

O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.

De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede, e ao aproximar-se de um lago descobriu a BELEZA.

A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.

E assim foi encontrando a todos.

O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA em uma cova escura;

a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano);

e até o ESQUECIMENTO, a quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.

Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.

A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas.

Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.

Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.

Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.

A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.

Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra: O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

PRISCILLE GERMANA R.S